Afinal de contas, o que é cancelamento de ruído ativo?
Aqui nesse artigo você finalmente vai conseguir entender de forma SIMPLES o que é essa tecnologia.
E assim você conseguirá escolher os seus fones de ouvido com maior consciência.
Imagine que você está usando seus fones de ouvido sem fio na rua, seja fazendo uma ligação para um amigo, praticando esportes, pegando ônibus para ir pro trabalho etc…
Então você percebe que o vento, as conversas, os sons do tráfego estão incomodando e até mesmo atrapalhando.
Como seria se você pudesse de alguma maneira “cancelar” esses sons externos que atrapalham e focando somente naquilo que você realmente deseja ouvir.
Bom, é exatamente isso que o cancelamento de ruído ativo se propõe a fazer.
Mas como conseguir isso? Bom, a a lógica do cancelamento de ruído ativo é relativamente simples.
Assim, a idéia é instalar microfones que irão captar os sons ambientes ao redor que queremos cancelar.
E aí então faremos um processamento interno que irá ativamente (constantemente) analisar as ondas sonoras captadas desses sons ambientes e “cancelá-las”.
Mas como “cancelar” esses sons?
Bom, para entender isso, observe o formato das ondas sonoras na imagem abaixo.
Então é meio óbvio, mas você consegue observar facilmente que as ondas sobem e descem, têm partes altas e partes baixas.
Assim, as partes mais altas das ondas são chamadas de “cristas”.
Por outro lado, as partes mais baixas são chamadas de “vales”.
Então o cancelamento ocorre assim: o microfone capta os sons indesejados.
O processador interno analisa esse som e, onde tiver uma crista ele sobreporá no mesmo instante um vale “em cima” dessa crista.
Por outro lado, caso encontre um vale, o processador sobreporá uma crista “em cima” desse vale.
Assim, um “anula” ou “cancela” o outro.
É como se tivesse uma “crista” no valor de (+1) e um “vale” no valor de (-1).
Dessa forma, ao se sobreporem, o resultado final é +1-1=0, ou seja, um som sem intensidade, nulo, inaudível por nossos ouvidos.
Assim, existem basicamente 3 formas no mercado: com microfone externo, com microfone interno e a forma híbrida.
E claro, como tudo na tecnologia, cada forma tem seus prós e contras.
A forma com microfone externo é a mais simples de produzir, pois é claramente mais fácil de posicionar um microfone externamente do que do lado interno, onde há espaço limitado.
Ele é excelente para cancelar as frequências médias e mais comuns, porém, alguns sons imprevisíveis, ou até mesmo o vento, podem gerar frequências que fogem do padrão e escapam do processamento.
E mais ainda, ao entrar na cavidade do ouvido, esses sons podem até mesmo ser confundidos com os que devem ser amplificados, gerando muito incômodo pro usuário.
Por outro lado, temos os microfones instalados do lado de dentro dos fones.
Nesse caso, o microfone sofre um pouco menos com interferência de sons “imprevisíveis” como o uivo do vento, apesar de continuar tendo que processá-los.
Além disso, é necessário um processamento maior, pois pode acontecer de sons que estão sendo reproduzidos se confundirem um pouco com o som que é entendido como interferência externa.
Assim, o sistema precisa conseguir analisar isso e separar os dois para cancelar apenas o ruído indesejável.
Por outro lado, esse processamento também precisa ser mais veloz, pois as distâncias dentro do ouvido são menores, e o tempo de “ataque” às ondas indesejadas precisa ser mais rápido e preciso.
E outro ponto complexo é conseguir encontrar o melhor local para posicionar o microfone dentro do fone de ouvido, o que pode parecer simples, mas não é.
De modo geral, esse tipo de cancelamento de ruído ativo é mais eficiente para as frequências mais graves, e mais ineficiente com frequências agudas.
Dessa maneira, afim de resolver os impasses gerados pelos tipos anteriores criou-se o tipo híbrido.
No tipo híbrido, dois microfones são combinados em cada fone de ouvido, sendo um interno e outro externo.
Dessa forma, consegue-se gerar um resultado muito eficiente, e com ótimo desempenho para cancelar tanto frequências graves como mais agudas.
Ao combinar um processamento inteligente entre os dois microfones, consegue também identificar mais precisamente ações do vento e outros sons “imprevisíveis” e anulá-los.
Porém, isso é uma “faca de gois gumes”, pois se o processamento não conseguir identificar essas frequências indesejadas, o sistema pode na verdade duplicá-las e amplificá-las.
Dessa forma, esses fones exigem um hardware de processamento dedicado muito poderoso e refinado para lidar com a matemática extra e não cometer erros.
Juntando a esse fato o de que são dois microfones em cada fone é fácil perceber que o preço desses microfones são bem mais caros.
De fato, um dos fatores que mais encarece um fone de ouvido é o cancelamento de ruído ativo.
E o tipo passivo? Bom, esse tipo não usa microfones para captar e cancelar frequências.
Simplesmente trabalha na parte ergométrica e anatômica, principalmente com as famosas “borrachinhas” de silicone.
Assim, ele impede “mecanicamente” que sons indesejados entrem no interior da cavidade do ouvido.
Dessa forma, esses fones de ouvido são evidentemente bem mais baratos do que os que usam cancelamento de ruído ativo.
Então, torna-se evidente que esse tipo não se preocupa com quais fequências podem eventualmente entrar no ouvido.
Porém, como vimos o cancelamento de ruído ativo também não é 100% eficaz em diversas situações.
Levando isso em consideração, esses fones se destacam como opções que oferecem ótimos custo-benefício.
Músico amador e apaixonado por tecnologia, começou como pianista e guitarrista tocando em barzinhos, mas há mais de uma década trabalha como produtor musical, produzindo músicas para artistas locais e regionais. Atualmente também escreve artigos sobre tecnologia na esfera da música.
